terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Era para ser aceitável

Hoje eu fiquei olhando o céu pela janela do meu trabalho, e me dei conta de que eu tenho o melhor lugar (físico) aqui no escritório. Minha mesa fica bem de frente para a janela, e apesar de o sol às vezes quase me cegar, eu posso ver esse céu bonito que ainda nos resta em São Paulo. Quando chove é bonito de ver, apesar de dar muito medo quando começam os relâmpagos.
Daqui eu posso ver os edifícios, a camada de poluição, o céu azul e as nuvens branquinhas. São os extremos se encontrando nesse horizonte urbano.
Hoje eu trouxe alguns chás para reduzir o consumo de café, porque tenho quase certeza de que está me fazendo mau. É engraçado, porque estou tomando um que não é o que eu realmente queria. Há anos que procuro um de alcaçuz com menta, e parece que ele nem existe mais. Mas às vezes a vida é assim, consumimos uma coisa querendo a outra.
Conforme vai passando a manhã, vejo as nuvens dissiparem. A camada cinza de poluição agora é mais visível, e o sol bate forte naqueles edifícios que eu citei anteriormente. É nessa hora que os olhos começam a arder com a claridade. 
É estranho me ver aqui, enclausurada dentro de uma gaveta, com uma vista razoável, mas ainda assim em cárcere. Mesmo que seja consentido, não consigo achar isso normal desperdiçar horas do meu dia em coisas que não terão importância alguma para as pessoas. Eu gostaria mais de fazer coisas significantes, e que tivessem algum efeito real nas pessoas, e por mais que eu lute para essa ser minha realidade, ela não muda. É capaz de eu estar agindo sempre da mesma forma, resultando nesse marasmo sem fim.
Sempre gostei de escrever, apesar de não escrever muito bem. Eu só jogo as palavras que estou pensando, e vou montando meus pensamentos em textos que parecem confusos. Não sou escritora, nem serei, mas sempre quis escrever depois que comecei com os blogs. Não sei ao certo se meus textos já trouxeram algum conteúdo no meio de tantos anseios e dúvidas que tenho sobre a vida, mas já me ajudaram muito a me fazer refletir sobre quem eu era, e quem eu sou hoje. 
Às vezes acho que estou ficando louca, porque penso que as coisas não estão certas.. como eu disse no texto anterior. É tudo tão raso, e não são somente os seres humanos, é o nosso planeta inteiro. Somos selvagens, destruindo tudo e todos e vamos acabar com o nosso planeta por puro luxo. Vivendo como crianças mimadas, que não vivem sem tudo isso que "conquistamos" até hoje. E olha, me incluo nessa, porque eu não viveria mais sem minhas roupas, e sim, tenho muitos sentimentos supérfluos. O ponto é que eu ando vendo que nada mais faz sentido nessa vida, e não é por conta das relações que as pessoas tem umas com as outras, é algo maior que isso. É algo que vem e vai da minha cabeça, como se algo me impedisse de expressar o que eu realmente queria dizer.
A vida é engraçada, e estamos aqui de passagem para voltar e viver os mesmos ritos de passagem. Há um roteiro prático de como é nossa vida, que se resume a engatinhar, brincar, estudar, trabalhar, ficar doente e morrer. Nesse tempo de vida nos relacionamos, e criamos outras vidas que viverão isso, só que em um ambiente que só tende a piorar com os anos. Quem sabe se o mundo vai durar mais 100 anos? Eu já não estarei aqui, mas quem estiver vai sofrer com sua própria ignorância e egoísmo. 

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